Decidi assistir Carrie remake e aqui está minha opinião sobre esse remake:
O principal problema de remakes é que eles são remakes!
Eu sou declaradamente contra remakes por que na grande maioria das vezes a nova versão falha em nos trazer algo novo que justifique sua existência. Alguns diretores e roteiristas buscam encontrar novos caminhos para tornar sua nova versão da história antiga algo relevante nos dias atuais, mas a questão se complica ainda mais quando se trata de refilmar clássicos do terror ou do suspense.
Já houve alguns acertos, como “Madrugada dos Mortos”, que tornou conhecido o nome de Zack Snyder. Mas geralmente há completos desastres, como os remakes de “Psicose”, “A Hora do Pesadelo” e agora “Carrie, a estranha”.
Em relação à primeira adaptação do livro de Stephen King, feita por Brian De Palma em 1976, essa versão dirigida por Kimberly Peirce ("Meninos Não Choram") traz poucas novidades narrativas. De fato as únicas coisas diferentes do original são o fato de que Sue fica grávida e o uso de celulares como forma de bullying. E para dizer que não gostei de nada, eu gostei quando Carrie destruiu o carro em que Chris Hargensen estava.
No roteiro novo do filme Carrie começa a testar seus poderes como se fosse um filme do X-man e na cena do baile, além de ter ficado inferior ao de 1976 devido ao uso de computação gráfica, Carrie não me passou simpatia ou me mostrou um motivo bom para matar (quase) todos da festa. Achei sim que todos deveriam morrer como no primeiro, mas não vi motivos para que isso acontecesse, pois no primeiro todo mundo - até a professora que a ajudou no começo - riu dela sem dó e mereceram o que ganharam, nesta versão fiquei com pena de muita gente, pois tirando meia duzia que riu, o salão estava quieto.
Chloë Grace Moretz é uma ótima atriz, mas ela não conseguiu nos dar aquela interpretação de menina frágil e confusa. Quando ela ganhou ''poderes'' foi como se tivesse mudado de personalidade, como quando ela tranca sua mão e ainda solda a porta com os olhos!? Já Julianne Moore foi outra decepção grande, mas desse vez devido ao roteiro. King sempre consegue abordar bem o assunto sobre fanatismo religioso, no primeiro filme a mãe de Carrie ia nas casa pregando a palavra e as pessoas lhe davam dinheiro para se livrarem dela. Nesse ela é apenas doida.
Os filmes de antigamente sobre adolescentes podiam tratar os espectadores como adultos. Hoje em dia, isso não acontece mais por que a idade média do público médio. E, por isso, temos aqui uma adaptação mais didática, explícita e excessiva.
Em seu romance, King notou que havia algo de assustador no rito de passagem de menina à mulher e ele usou o poder de telecinese como metáfora para mudança, pois a vida de Carrie muda a partir de sua primeira menstruação.
De Palma entendeu que era um livro sobre uma garota aterrorizada pela confusão hormonal e pela inadequação social. E, com os recursos parcos da época, criou cenas de horror inesquecíveis.
Peirce achou que era uma história sobre uma garota que se vingava atirando facas com a força do pensamento. E se apoiando apenas nos efeitos especiais que não assustaram ninguém, pois se ela conhecesse a forma de escrever do king ou tivesse tido o trabalho de pesquisar teria visto que os livros desse autor abordam mais o relacionamento entre as pessoas e como essa relação muda dependendo das situações a que são expostos.
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