Em entrevista para o site CraveOnline.com, o diretor brasileiro José Padilha (“Tropa de Elite”) voltou a falar sobre o remake de “Robocop“, sua estreia em Hollywood. Primeiramente, quando questionado sobre o que faria com o grande orçamento do estúdio, ele foi bem enfático: “Vou gastá-lo!”.
“Eu sempre tento fazer o melhor filme que eu puder com o cronograma me dão. Não sei como será fazer um filme com um orçamento tão grande, mas sei que os produtores deste filme são também cineastas. O pessoal da Spyglass, Jon Glickman, Roger Birnbaum e Adam Rosenberg fazem filmes e não são apenas executivos, então eles sabem como fazer filmes, o que é muito bom. Quando eu tenho um orçamento, a coisa mais importante para mim é gastá-lo com coisas que apareçam na tela. É isso que conta. Não adianta ter um super camarim cinco estrelas se isso não mudará em nada o que vai para a tela. Eu quero é mais filme, mais cenas, mais takes. É isso que me interessa”, disse.
Sobre o redesign do personagem principal e também de ED-209, o outro robô do filme, Padilha informou que não pode falar muito sobre o assunto. “Não posso falar sobre isso senão entrego o filme, mas estamos trabalhando nos desenhos, então já tenho algumas ideias. Veja bem, o design precisa espelhar o roteiro. Você não faz algo do nada. Você deve criar algo que tenha sentido dentro do universo dramático que está explorando. Então é isso que estamos fazendo”, comentou.
O diretor aproveitou a oportunidade para dizer que não leu o roteiro anterior, feito por Darren Aronfsky (“Cisne Negro”), mas que é um grande fã doe seus filmes. “Eu até sei do que se tratava o filme dele é o meu é totalmente diferente com estilo distinto e até uma época diferente. Mas não li seu roteiro”, esclareceu.
Padilha finalizou a entrevista falando um pouco mais sobre a sua visão para o mundo de Robocop. “O mundo está constantemente mudando. Mas algumas coisas mudam e outras nunca mudam. Corporações controlando a vida das pessoas são uma constante. Hoje são os bancos, mas em 30 anos serão alguma outra coisa. É assim que funciona a economia. Mas não estou fazendo um filme sobre hipotecas, posso lhe assegurar “, completou fazendo comparações com a crise financeira atual.
Padilha apontou o que seria o coração e a alma do seu filme. “O grande conceito de Robocop é o fato dele ser propriedade de uma corporação, mas que não pode ser dona do seu coração e de suas memórias”, contou. “É o conflito entre alguém tentando dominar você e você resistindo a isso. Qualquer Robocop que honre o nome, tem que ser sobre isso”, completou.
No final, perguntado se faria também alguma continuação de Robocop, Padilha disse apenas “deixe eu fazer o um primeiro e depois falamos sobre o dois”.
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